A vida chegou, nasceu, e o tempo começou a ser contado
Cada segundo agrupado, 60 deles, formam o primeiro minuto
E minutos se agrupando, mais 60, e lá está a primeira hora
24 horas depois, sentimos o primeiro dia passar
Sol nasce e morre, lua paira refletindo-o
Provando que ele, o sol, realmente não morreu
Deu uma trégua de nós crestar
Assim segue a vida, dia após dia.
continua...
27 novembro, 2009
Vida ou tempo
25 novembro, 2009
17 novembro, 2009
Afogando em números
Empresto este título de um filme, que nunca ví
E da letra de uma música, que sempre ouço
Mas ele vem bem a calhar em épocas onde tudo é calculado,
E recalculado todos os dias, para melhorar, para conferir, para cansar!
Seu saldo, suas horas, seus dias, seus minutos?
Afinal, quais deles são realmente seus?
Calculo meu novo número de roupa, calculo a distância dos carros para não batermos.
Calculo o kilo da comida que vou ingerir e no final o preço que irei pagar.
Calculo meu tempo de sono, pois o necessário é apenas secundário!
Agora mesmo estou usando meu tempo,
Mas estou no trabalho e me questiono, esse tempo é meu?
Vou perder 5 min indo tomar café, perder?
Vou ganhar 10 minutos se eu correr mais com o carro para chegar mais cedo...e ganhar?
No final do mês o salário subiu?
A pressão aumentou?
Poderei suprir minha dispensa com novas despesas?
Gastei muito no bar, vou reduzir meus almoços e jantares.
Aquele prédio foi construído em frente a minha janela, mas há tempo eu moro aqui?
Só um pouquinho mais e vou conseguir sair dessa, sair pra onde?
Cansado de cálculos matemáticos, para tentar deixar a vida mais precisa,
Cálculos que sempre deram errado, pois não batiam com o mundo,
E a vida precisa? Do que ela realmente precisa? Que eu siga meu coração!
A vontade latente é a vida, equilíbrio de estar sintonizado com meu EU;
O estouro interno gera uma saída, mas em frangalhos me perderei recolhendo os pedaços;
Eu duvidei de mim mesmo, me afoguei em números, fiz diversos cáculos que pareciam precisos, todos deram errado. O fôlego acabou, e estou pondo a cabeça para fora da lagoa numérica, como um jacaré vou boiando, junto a superfície e com apenas os olhos para fora emito alguns sons de pássaro para sentir o retorno. Onde estaria eu? Perdido no mar? Quimera!
Darei uma volta silencioso, invisível sei ser, soltarei sons para sentir como eles voltam, soltarei a alma para ver como ela trabalha fora da escravidão, enviarei pensamentos para que eles voltem com algo palpável ao corpo e então, assistirei a morte definitiva do tédio!
04 novembro, 2009
coração cativo busca libertação
É duro sentir na pele um monte de emoções ao mesmo tempo
Mas é assim que sinto a vida nos dias de hoje
Voltar para casa todos os dias me dilacera o peito
Isso nao me parece mais um lar
A casa está sendo desconstruída
Assim como minha vida, aos poucos vai sendo desmontada
Outrora eu teria desmoronado
Mas agora, vou removendo tijolo a tijolo
Pra ver o que é que fica
Pra ver do que realmente sou feito
Entender direito, aquilo que quero ser
Nasci de novo, sou uma criança
Não sei de nada, não sei respostas
Estou aqui para aprender com todos vocês
Amigos e irmãos
Vou cuidadosamente tirando de mim a massa corrida
Lentamente raspando entre os pequenos vãos
Para descolar os tijolos que me compõe
Delicadamente os retiro e guardo ao lado
Se alguem quiser, eu dou meu material
Empresto, com gosto, tudo que tenho foi adquirido com carinho
Tenho orgulho em saber que plantei muita coisa boas no jardim
E todas essas flores exalam seus aromas pra mim
É duro lembrar que justo da flor que eu mais reguei
E que todo dia estava comigo
Eu recebi os piores cortes de espinho
Agora meu coração, ainda cativo
Busca libertação
Sentimentos contrários entorpecem o dia a dia
Meus olhos marejados veem o mundo
Através de uma película fina, porém opaca
Mas através da desconstrução vou encerrando
Um a um estes sentimentos
E vou juntando outros
Novos, reluzentes, brilhantes
Agora tudo será feito de luz
E eu serei o reflexo de algo maior
Tanto devaneio, quero ver na prática meu bom rapaz!!!