08 agosto, 2010

Seja bem vindo

Desde que chegamos ao planeta Terra estamos tendo problemas em nos apresentar, em saber onde ir buscar nossa felicidade, onde somos bem vindos afinal?

Filhos que nascem e logo são largados nas latrinas e sarjetas, amores que são recusados em troca de qualquer outra gorjeta. E então, pra onde ir agora? Talvez um novo estado, uma nova rua em um outro país...talvez ao chegar eu consiga distinguir no meio daquele povo alguem que me diga, seja bem vindo meu irmão, seja bem vindo ao meu coração.

Irmãos que desejam mutuamente as quantias materiais e outros luxos entre sí próprios...casais que se uniram e agora buscam estar o mais distante possível em suas mentes. Sonhos partidos, distantes ao infinito. A era que já era, a parte que se parte, a volta que nao volta mais.

Entre safras, entre um e outro, entre lá e cá, o que importa agora é saber viver com o que temos. Viver com o que temos é pra mim o mesmo que construir e criar, passou a fase de angariar bens, cavar fundos e preenche-los, de querer ter mais. Criar com o que temos agora é por em prática tudo que somos, é realmente encontrar o caminho dentro de nossa própria confusão existencial. É desatar o novelo de lã e esticar entre os irmãos de coração para um nova trama.

Quantas peças você ainda tem? Quantos acordes você conhece para montar uma canção? Eu sinto lá bem no fundo um clamor, pode ser uma orquestra tocando, pode ser um ruído de fome estomacal, pode ser um bater na porta, mas é o som que te faz acordar pra vida e construir o dia de hoje. Bagagem todos temos e sempre trazemos. Futuro todos temos garantido. O que falta é agora, é dar a mão pro primeiro que pedir e seguir rumo ao desconhecido.

Nesta jornada não vejo pessoas se perdendo, mas se encontrando; não mais com doentes, mas entes queridos; não mais indo visitar camas, mas campos; não mais escavando o solo em busca de pedras, mas plantando sementes que crescem na velocidade em que os rios correm pelo mundo: nossa casa, mais arejada e iluminada, pelo sol , pela lua, e, toda rua que puseres o pé, é tua!

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